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Revista Comércio, Indústria e Agronegócio (RCIA) Março de 2020 - Ed. 176, Págs. 10 a 15
Comerciantes acreditam que proibição da passagem pelo Terminal de Integração atrapalhou muito o desenvolvimento comercial da região, hoje às moscas.
Inaugurado pelo então prefeito Rõmulo Lupo, no dia 10 de maio de 1959, o Mercado Municipal de Araraquara, assim como em outras tantas cidades do Estado de São Paulo e do Brasil, já foi símbolo do comércio pujante, antes da era dos hipermercados e shoppings centers. Be está inserido em um contexto que vai além de suas grossas paredes e segue pelas antigas ruas e avenidas que formam a região da antiga Estação de Trem de Araraquara. Uma região que não acompanhou as transformações trazidas pelas mudanças de costumes da população e tecnologia.
Além da estação de trem, que foi inaugurada em 18 de janeiro de 1885, a instalação da Rodoviária, em 1968, também trouxe bastante progresso para aquela região central da cidade, q ue passou a ter u ma grande concentração de pessoas. Em 1981, com a transferência da Rodoviária para as novas instalações na Via Expressa, esse movimento começou a diminuir.
TERMINAL DE PASSAGEIROS
Já em meados da década de 1990, com a instalação do Terminal Central de Integração, muitos comerciantes começaram a deixar a região, pois sabiam que com o fechamento e pagamento da passagem de pedestres pelo meio do Terminal as pessoas perderiam o interesse pelo comércio local e passariam a fazer suas compras em outros corredores comerciais.
MUDANÇAS INEVITÁVEIS
Para o comerciante Josué Eiras, de 77 anos, que mantém a Tabacaria Mineira no 'Mercadão' desde a sua criação, as mudanças pelas quais a região passou ao longo dessas seis décadas foram inevitáveis. Ele acredita que o local necessita de um olhar mais atento do poder público que o abandonou há muito tempo.
“O Mercadão era o maior centro comercial da região. Ele abria às 6h e fechava às 18h e, durante a noite, funcionava como atacado, pois ainda não existia o Ceasa. O comércio da cidade era centralizado aqui. O forte eram as verduras, que vinham dos sitios da região. Mas você encontrava de tudo aqui, desde vestimentas a alimentos. Eu chegava a vender mil quilos de fumo por mês, hoje vendo 10% disso. Depois, quando começaram a construir mercados e varejões em vários bairros da cidade, o movimento começou a diminuir gradativamente", relatou o comerciante è reportagem do Portal RCIA.
TOM DO ABANDONO
Josué acredita que o feto de terem fechado o Terminal dos dois lados e proibirem que as pessoas passem pelo local sem pagar passagem, contribuiu para a debandada de comerciantes do local nas últimas décadas. “Eu conheço várias cidades e nunca vi esse modelo de terminal fechado em nenhum lugar. Isso não funciona", opina.
Waldomiro de Lima Júnior, o Mirinho, de 65 anos, que trabalha na Tabacaria Mineira desde os 11 anos, também acredita que a instalação do Terminal de Integração atrapalhou o comércio da região. “O encontro das pessoas de todas as partes da cidade era no Mercadão. Nos finais de semana ficava lotado, não dava para andar aqui dentro. Depois da inauguração do Terminal tudo mudou. Sinto saudade do tempo de glória do Mercadão", lembrou com saudosismo Mirinho.
SAÍDA DA PREFEITURA
O comerciante Waldomiro de Lima Júnior, o Mirinho, ressalta que o Mercadão está abandonado pela Prefeitura Municipal há muito tempo. Ele lembra que, desde a última gestão do prefeito Waldemar De Santi, no final dos anos 1990, a prefeitura não mantém nenhum funcionário no local. “Antigamente a gente tinha seguranças e fiscais, entre outros funcionários mantidos pela prefeitura, que ajudavam os comerciantes a cumprir o regulamento. Quando a prefeitura saiu ficou tudo sem normas, a gente se vira como pode. Depois disso, foram só promessas. Eu tinha uma outra loja de chapéus no piso superior, mas tive que mudá-la para outro lugar, pois aqui o prédio é antigo e não possui alvará, por isso, não conseguimos fazer seguro. Se acontece alguma coisa ruim, a gente perde tudo. Estamos abandonados pelo poder público", finalizou.
O desabafe parece ser generalizado com reclamações e pedidos para que seja feita alguma revitalização.
COMÉRCIO ATIVO
Para o empresário Ricardo Capareiii,de 70 anos,que comercializa móveis na região há 40 anos, não houve muitas mudanças nessas últimas quatro décadas, pois para ele, não há um comércio ativo no local. “Eu não notei muitas mudanças nesse tempo que estou aqui, pois nunca houve um comércio ativo. Mas, acredito que depois da instalação do Terminal Central de Integração, mesmo com o aumento do fluxo de pessoas aqui na região, o pessoal que utiliza o TCI chega muito cedo quando o comércio ainda está fechado. Na realidade, apesar do grande fluxo de pessoas, elas só passam por aqui para pegarem os ônibus, e vão embora logo. Aqui não é um ponto de parada para consumidores, eles preferem parar na Rua 9 de Julho ou mais para cima, onde fazem suas compras e depois descem aqui somente para pegarem o transporte", entende o empresário.
COMERCIO PREJUDICADO
Capparelli acredita que os comerciantes que estão instalados no interior do Terminal são prejudicados pelo fato dos clientes terem que pagar para entrar no local, antes de fazerem suas compras. "Fazer compras dentro do Terminal é muito complicado, pois o cliente tem que pagar a passagem para entrar. A pessoa que precisa comprar um medicamento na farmácia que existe lá, por exemplo, dependendo do preço, acaba indo comprar em outro lugar. Eu costumo cortar meu cabelo no salão do Terminal e todas as vezes tenho que pagar a passagem. Isso acaba encarecendo o serviço e o comerciante não tem o que fazer”, reclama Capparelli.
ABANDONO TOTAL
Para o empresário, a região está abandonada pelo poder público, assim como outras regiões da cidade.
“Eu vejo que o poder público abandonou essa área, assim como outras regiões. Eu vejo o Mercadão, que já foi um grande chamariz, está hoje sem nenhum atrativo. Não tem mais lojas, não tem mais bancas de verduras, por exemplo, isso afastou as pessoas de lá. Outro problema vivido pelos comerciantes aqui da regiãoé a iluminação precária, como na época do Natal em que a gente fica isolado aqui, sem nenhuma iluminação especial e sem nenhum atrativo para os clientes. Se os comerciantes não se unirem e fizerem a iluminação do seu quarteirão, nada acontece, pois estamos abandonados pela prefeitura há muito tempo”, diz Capparelli.
NOVO MERCADAO
O comerciante acha que falta um investimento conjunto para uma reestruturação do Mercado Municipal. “Eu gostaria de ver um Mercado Municipal vivo em Araraquara, com bancas de verduras, de queijos, com uma padaria, uma choperia bacana, como a gente vê em outras cidade.
Acredito que isso traria de volta os clientes ao Mercadão que poderia ser novamente uma referência. Em São Carlos a gente vê um Mercado Municipal bem mais atrativo do que o nosso. Está faltando em Araraquara um ponto de encontro. Eu acho que se algum empresário investir nisso vai lucrar muito. Espero ver isso acontecer um dia”, finalizou.
COMÉRCIO DINÂMICO
O fotógrafo e jornalista Benedito ReginaIdo Viviane, o Tetê, tem boas recordações dos 25 anos em que manteve um laboratório fotográfico no Mercado Municipal. Ele, que trabalhou no local entre os anos de 1983 e 2008, acredita que, pelo feto dos boxes do Mercadão serem particulares, o poder público não tem muito o que fazer para alavancar o comércio no local, mas entende que a prefeitura colabora, além de cuidar da iluminação extema do prédio.
Tetê lembra que na época da instalação do Terminal todo o comércio no entorno, entre hotéis, bares e lojas, sofreu um impacto grande. “O comércio é dinâmico, rotativo, inovador. A Ótica Lupo com mais de um século é exceção na Rua Nove de Julho. Provavelmente, nenhuma loja do Jaraguá ou do Lupo, das inauguradas sobreviveu... Quanto ao Mercado o sentimento é de carinho, saudade e gratidão. Com meu trabalho eu gerei empregos, me formei em Direito (1986) e Jornalismo (2002), criei meu filho Raul e dei conforto para a minha femilia. Portanto, uma vida construída com os inúmeros clientes que passaram pelo balcão do Foto Víviani. Evidente que nesse tempo, um grande circulo de amizades foi ampliado e muitas histórias foram ri relembra o fotógrafo.
COMERCIO ATIVO
A falta de segurança no Terminal de Integração é uma das reclamações do cabeleireiro, Jean Gabriel dos Santos, de 22 anos, que trabalha no local há cerca de 10 anos. Para ele, a presença de agentes no Terminal dificultaria a ação de criminosos e daria mais segurança aos comerciantes e usuários.
“O meu tio mantém esse salão desde 1968, quando aqui ainda funcionava a Rodoviária de Araraquara. Eu trabalho aqui desde que tinha 13 anos e acompanhei as mudanças nos últimos tempos. Vejo com bons olhos a iniciativa da prefeitura em colocar essas portas de ferro nas lojas e, também, a instalação de câmeras de segurança distribuídas pelo Terminal, mas ainda sentimos certa falta de segurança. 0 salão já foi furtado mais de uma vez, assim como outros estabelecimentos aqui dentro. Se tivesse guardas aqui isso a. Outro problema que vejo é a falta de estacionamentos na região para que os nossos clientes possam deixar seus carros enquanto estão aqui dentro, além do preço da passagem que o cliente tem que pagar para entrar no Terminal. Antes eles devolviam o valor quando a pessoa saia, mas atualmente não estão devolvendo mais", ressalta.
REGIÃO COMPLICADA
Jean acredita que um dos motivos para a diminuição do movimento de compradores no Mercadão seja o abandono do local por alguns proprietários de boxes, que estão vazios há muito tempo, e também pela frequência de andarilhos e prostitutas nos bares da região.
“Muitas pessoas ficam com medo de frequentara região que é utilizada por prostitutas e moradores de rua como dormitório e até Iocal de encontros sexuais. Isso é ilegal e atrapalha o comércio", entende o cabeleireiro, que espera ver mudanças nesse quadro em breve.
Entrar no Mercado Municipal de Araraquara é fazer uma viagem no tempo. Com arquitetura imponente e um ambiente repleto de lembranças com sabor de infância, o local completa neste dia 10 de maio 60 anos. Apesar de estar no grupo da terceira idade, o local segue muito longe de se aposentar.
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No período de sua construção, o Mercadão era referência para toda a região. Status que não se perdeu, mesmo com o surgimento dos supermercados, quitandas e shoppings.
Com o tempo, o local foi se adequando, ganhou novos ares e um mix maior de produtos, mas sem deixar sua essência para trás. Repleto de lembranças de uma época que não volta mais, o local traz uma nova história a cada degrau percorrido da velha escada. Sim, a mesma que outrora já foi usada como parque de diversão pelos adultos de hoje.
O velho e o novo
Logo na entrada do Mercadão, a antiga tabacaria ainda traz em suas prateleiras o fumo de corda, cachimbo e canivete, remontando uma época em que fumar era questão de estilo, um charme a mais para o período de ouro.
A loja começou junto ao Mercado Municipal, quando não apenas o local, mas tudo era diferente. "O Mercadão foi o maior centro comercial da região. Ele abria das 6h às 18h e depois funcionava o atacado do lado de fora, pois não existia o Ceasa, tudo era aqui. Hoje são poucos os Mercadões que mantém as verduras. Os produtos estão bem mais variados", explica Josué Eiras, que trabalha no local desde sua inauguração, em 10 de maio de 1959. Ele começou ajudando seu tio, aos 16 anos.
Seo Josué viu de perto as mudanças da cidade, a construção da antiga rodoviária (atual Terminal Central de Integração) e o desenvolvimento do comércio. Mudanças que foram sendo acompanhadas pelo antigo
Mercadão.
Assim como os demais comerciantes, teve que se adaptar aos novos tempos e o tradicional fumo passou a dividir espaço com outros produtos do cotidiano, como sombrinhas e relógios.
Adaptação
Para a comerciante Deolinda Rosa Mistieri, adaptar-se a nova geração foi a palavra chave para seguir no Mercadão por mais de 40 anos.
"Quando era criança, meu pai morava em sítio e ele tinha uma barraca de frutas. Começamos aqui vendendo essas frutas quando eu tinha 13 anos. Depois de 20 anos nós acabamos partindo para a área de chapéus, botas e cintos, pois na cidade começaram a surgir os supermercados e quitandas. O Mercadão era um marco para a cidade, mas ultimamente ele vem sendo esquecido. Ele é uma tradição para Araraquara e para as cidades da nossa região. E nós queremos que ele continue vivo. Eu só saio daqui quando decidir parar mesmo, pois o público desse espaço é o mais fiel", destaca.
Cliente fiel como o caminhoneiro Mario Pinheiro da Silva, que há anos faz suas compras no local. Para ele, o Mercadão é um ponto de encontro importante. "É um ambiente muito bom, saudável, não tem briga. Eu gosto de chapéu e bota, gosto desse estilo country e aqui eu acho tudo isso. Além disso, vou no bar ali da frente, que batizamos como o Bar dos Amigos, pois lá encontro outros motoristas e ficamos batendo papo", ressalta.
Novas apostas
Mas não são apenas os antigos comerciantes que se sentem atraídos pelo Mercadão. Eduardo Augusto Bandeira veio do Paraná para morar em Araraquara com a esposa. Então decidiu apostar no local e hoje está longe de se arrepender. "Faz 20 anos que estou aqui. Era uma banca desativada do meu sogro e o primo dela me deu a ideia de colocar produtos nordestinos. Eu não conhecia muito sobre o assunto, mas fui conhecendo e trazendo para a loja. Graças a Deus teve muita aceitação, pois aqui na região tem muito nordestino e acabou dando certo. O tipo de mercadoria que eu trabalho e o público que eu atendo só da certo aqui. Em outro lugar não daria certo não", diz Bandeira.
História
O Mercado Municipal começou a ser construído em 1951 e foi inaugurado em 1959, no último ano do primeiro mandato do Governo de Rômulo Lupo. A ideia da construção do Mercadão era fomentar o comércio tanto em Araraquara e em toda a região. O historiador Rodolpho Telarolli, em um de seus textos sobre o local, conta que no começo era predominante a venda de hortifrútis, já que boa parte dos feirantes da cidade transferiu seus negócios para o local, que prometia ser um estrondo no setor.
"Até então, desde os anos 30, a cidade era abastecida em frutas, legumes e verduras por duas tradicionais feiras que eram muito movimentadas. Mas, quando conclui o Mercado Municipal, Rômulo (o então prefeito Rômulo Lupo) proibiu as feiras tradicionais para forçar o movimento no mercado. Uma outra medida adota para forçar o público ir ao mercado foi estabelecer que a taxa de água deveria ser paga mensalmente em um box do mercado...Assim, todos os moradores das cerca de 13 mil casas que existiam na cidade eram forçadas a irem ao mercado pelo menos uma vez por mês", diz o texto do historiador.
Publicado no Acidadeon em 2019.
Bastante tradicional, o Mercado Municipal de Araraquara (Mercadão) já possui mais 50 anos de existência. Localizado em um ponto bastante estratégico da cidade, no Centro, ao lado do Terminal de Integração, lugar onde milhares de pessoas passam diariamente, ele enfrenta novamente situação estrutural crítica no prédio, com aparência degradada, que espanta a freguesia e causa preocupação nos comerciantes pelo pouco movimento.
A vereadora Thainara Faria (PT) levantou a possibilidade de revitalizar o Mercadão. Em conversa com o presidente da Morada do Sol Participações S/A, Manoel Araújo Sobrinho, e com o diretor de Turismo e Eventos da empresa, João Carlos Missorino, na manhã de quinta-feira (22), no Centro Internacional de Convenções “Doutor Nelson Barbieri”, a parlamentar busca conhecimento sobre a situação legal do prédio e o que pode ser feito para melhor as instalações.
Administração privada
A Prefeitura deixou de administrar o local em 2006 e agora os cuidados do patrimônio estão sob responsabilidade dos comerciantes. “É preciso analisar de forma cautelosa quem realmente são os donos do imóvel, além de outros detalhes legais. A partir disso, podemos propor um chamamento público”, afirmou Sobrinho.
Para Sobrinho, os mercados municipais, tanto em território nacional quanto internacional, vêm se tornando locais sofisticados e direcionados para turistas. “A classe média alta está se tornando o público principal dos Mercadões, que apresentam produtos e alimentos cada vez mais sofisticados e culturais. Entretanto, os atacados e hipermercados, que oferecem cada vez mais opções, estão atraindo as classes que eram predominantes nos mercados municipais”, disse.
Thainara destacou a necessidade de fomentar novamente o Mercadão. “É triste a situação que o local se encontra, pois há um grande movimento de pessoas nas proximidades, mas não há uma boa estrutura que atraia esse movimento para dentro dele. Vamos nos reunir novamente e buscar uma solução para trazer vida ao mercadão”, enfatizou.
Fonte: Câmara Municipal de Araraquara
Publicado em:: 23 de fevereiro de 2018
https://camara-arq.sp.gov.br/noticias/vereadora-busca-medidas-para-revitalizar-o-mercado-municipal
População espera retorno do Mercado para suas mãos
Luís Michel Françoso
O Mercado Municipal que desde a década de 50 é assunto da população de Araraquara, local onde se encontra a memória de inúmeras famílias de nossa cidade. Lugar ainda que guarda a infância de muitos cidadãos de Araraquara e Região.
Quando da comemoração de 50 anos do Mercado Municipal, em 2010, ocorreu promessa da Prefeitura em revitaliza-lo, mas impasse jurídico vem impedindo a realização do investimento. A verba já está sendo trabalhada junto ao Ministério do Turismo, do Governo Federal.
Kris Pires, auxiliar de escritório do condomínio do Mercadão, afirma que local precisa de investimentos, e que várias tentativas foram realizadas para tentar construir propostas de projetos junto à Prefeitura. “A Prefeitura hoje tem somente um Box (loja) no Mercado, sendo que este único deve 16 mil reais de condomínio”, afirmou Pires. Já o comerciante Francisco Campos que está a quatro anos no Mercado Municipal, e trabalha como chaveiro desde 1955, afirma estar fechando sua loja por conta da diminuição do número de clientes.
A gerente de um dos estabelecimentos comerciais, Maria Lucia Cabrera, que está no local desde 1977 afirma “o prefeito prometeu uma reforma para o Mercado. Quando iniciei meu trabalho aqui em 1977, ele era o shopping de Araraquara. Hoje praticamente 80% dos meus clientes são de cidades da região”.
Após inúmeras entrevistas e análise de documentos temos a certeza de que o Mercado Municipal continua como uma lembrança viva na mente da população de Araraquara e Região. Memórias de um tempo vindouro, deste espaço cravado no centro de Araraquara e que reserva em si toda uma parcela da história de nosso município.
Com mais de 50 anos de existência o Mercado Municipal apresenta várias deteriorações em sua bela arquitetura, sendo que após promessa do Prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) de revitalização do espaço, a população fica na expectativa de poder reaver este espaço que faz parte da vida de muitos Araraquarenses.
A história do Mercado atravessa diversos governos municipais, o problema hoje, reside no fato de que na prática ele já não é mais público. Segundo Domingos Carnesecca, Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural de Araraquara, a Prefeitura tem direito hoje somente do calçamento que fica no entorno do Mercadão, que corresponde à praça denominada Judith Lupo. “O tombamento permitiria que a Prefeitura garantisse a preservação externa do prédio, e assim sua arquitetura histórica. A organização interna continuaria sob a responsabilidade dos comerciantes que são donos das lojas”, complementa Carnesecca.
Uma solução para esta questão
Nas condições atuais do Mercado Municipal não haveria possibilidade de um investimento público ser realizado, pois hoje ele se encontra praticamente sob poder do setor privado. Motivo de debate de muitos vereadores através de diversas legislaturas da Câmara de Araraquara, atualmente o vereador Paulo Maranata (PR) vem articulando verba junto ao Ministério do Turismo, mas o investimento aguarda solução jurídica para ser executado. “Não podemos perder a verba que foi trabalhada no Ministério do Turismo, o que estamos esperando é que se elabore uma alternativa o mais breve possível, para que seja realizado este investimento. Estamos aguardando”, afirmou Maranata.
Dá ampla maioria de entrevistados, é comum a mesma fala: “Me lembro ainda criança de quando visitava o Mercadão”. Seja no passado, quanto no presente o Mercadão faz parte da lembrança e do cotidiano de inúmeros cidadãos de Araraquara e cidades do entorno.
Segundo informações quando da comemoração de 50 anos do Mercado, no ano passado, se contava com a visita de 1200 pessoas diariamente, segundo comerciante local. Destaque fica para o ponto de ônibus de linha que percorre cidades da micro-região de Araraquara, incentivando assim o consumo de pessoas residentes em cidades próximas.
Após anos de sucessivas vendas dos Box’s e bancas, o Mercado têm hoje, apenas um Box pertencente à Prefeitura Municipal, sendo que o Mercado é composto de aproximadamente 42 Box’s, segundo a auxiliar de escritório Kris Pires. Os Box’s são as lojas que compõem o Mercadão, como é carinhosamente conhecido.
Por que o Mercado Municipal não é mais público?
Parte dos recursos da venda das lojas do Mercadão foram investidos na instalação dos ônibus elétricos na cidade
Luís Michel Françoso
O Mercado Municipal de Araraquara foi criado para substituir as feiras livres que ocorriam onde hoje denominamos de Praça Pedro de Toledo. Gerando grande expectativa na população, foi erguido sobre um imenso campo aberto na época.
Inaugurado em 9 de maio de 1959, mostraremos abaixo através dos arquivos da Câmara Municipal de Araraquara disponíveis, a trajetória deste patrimônio cultural da cidade num espaço hoje sobre a posse de setores privados.
Em 22 de julho de 1957, foi aprovada a lei número 575, na gestão do Prefeito Romulo Lupo que dispõe sobre a conclusão do Mercado Municipal. Neste momento buscava-se obter os recursos necessários à conclusão da obra. Em parágrafo único esta lei previa que “a parte do município, para os efeitos deste artigo, não poderá ser inferior ao valor de Cr$ 3.500.000,00 (cruzeiros)...importância que consistirá em dependências no próprio – Mercado Municipal, além das ruas, escritórios, salas de aferição e administração e de outras mais, internas ou externas, destinadas ao serviços de administração ou ao uso comum cuja propriedade deve caber ao município”.
Em 1958, através da lei número 668, foi criado o “Condomínio Mercado Municipal”. Este condomínio ficava responsável pela venda das dependências do Mercado Municipal e arrecadar a importância obtida pela venda, depositando-a em nome do próprio condomínio do Mercado. Em parágrafo único está lei previa que a arrecadação da venda das dependências do Mercado Municipal seriam destinadas na conclusão do Mercado Municipal, na instalação dos ônibus elétricos, na construção do Ginásio de Esportes do Município, na reforma e ampliação do Hotel Municipal e na reforma do Teatro Municipal.
O referido “Condomínio do Mercado Municipal de Araraquara” era presidido pelo Prefeito do Município, mais dois membros indicados pela Câmara Municipal. Destaque importante é o artigo quinto desta lei, onde se lê “O “Condomínio Mercado Municipal de Araraquara”, ficará automaticamente extinto, depois de vendidas todas as dependências arrecadado o total das vendas, e empregado todo o numerário nas obras..” Assim, na prática terminava o gerenciamento exclusivo do poder público sobre o espaço.
Nos anos de 1971 e 1973 a Câmara Municipal aprova duas reformas no Mercado Municipal. Já em 1978 na administração do Prefeito Waldemar de Santi, com a lei número 2.405, iniciam-se a venda de bancas e boxes da Prefeitura para o setor privado. As vendas foram feitas por meio de licitação, onde se lê “fica o Prefeito autorizado a alienar, por venda, mediante licitação, unidades e respectivas frações ideais de terreno, de sua propriedade...”
Em 1983 na administração do Prefeito Clodoaldo Medina, através da lei número 2.925, continua o processo de privatização do Mercado Municipal.
Por fim, sob a gestão do Prefeito Edinho Silva (PT), foi criada a lei número 6.464 do ano de 2006 que prevê a extinção do “Condomínio Mercado Municipal de Araraquara”, criado pela lei de 1958. No seu artigo segundo, prevê ainda que os proprietários das lojas do Mercadão “constituirão novo condomínio nos moldes disciplinados pelo Código Civil Brasileiro e demais legislações pertinentes em vigor...”
Esta lei ainda se propunha a identificar as unidades que ainda estariam sob a propriedade da Prefeitura, “a fim de que sejam destinadas a alguma finalidade pública específica ou alienadas e transferidas ao setor privado” (artigo terceiro).
Do público ao privado
• 1958 É criado o “Condomínio Mercado Municipal de Araraquara”, presidido pelo Prefeito. Recursos provenientes da venda das dependências do Mercadão foram investidos em obras públicas da cidade como Ginásio de esportes, ônibus elétricos, Hotel Municipal e Teatro Municipal.
• 1959 Inauguração do Mercado Municipal de Araraquara
• 1971 Aprovada reforma no Mercadão
• 1973 É aprovada nova reforma pela Câmara Municipal
• 1978 Na gestão Waldemar de Santi foram vendidos 12 Box (lojas), além de bancas, através de lei aprovada na Câmara Municipal
• 1983 Já na gestão de Clodoaldo Medina foram vendidos 13 Box (lojas), sendo que dois destes correspondem ao local onde ficava a administração do Mercado. O processo de venda foi realizado através de lei aprovada na Câmara Municipal
• 2006 Na gestão de Edinho Silva é aprovada lei que extingue o “Condomínio Mercado Municipal de Araraquara”, e se prevê a venda dos boxes (lojas) através de licitação.
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Prefeitura responde sobre questões referentes ao Mercado Municipal
Folha da Cidade - 01. Diante da comemoração do Mercado Municipal no ano passado o Prefeito Municipal de Araraquara ressaltou a importância do estabelecimento para o município e Região, prometendo na ocasião esforço para captação de recursos que beneficiassem o espaço. Quais medidas foram tomadas até o momento no que tange a investimentos para o Mercado Municipal de Araraquara?
Resposta Assessoria de Imprensa da Prefeitura- A Prefeitura encaminhou ao Ministério do Turismo pedido de liberação de uma verba de cerca R$ 1,5 milhão para revitalização do Mercado Municipal de Araraquara
Folha da Cidade - 02. Em entrevista com comerciantes e responsáveis pelo Mercado Municipal de Araraquara nos foi informado que a Prefeitura Municipal de Araraquara detém um Box comercial no Mercado, sendo que esta em débito de 16 mil reais em relação ao condomínio cobrado. Qual serão as medidas que a Prefeitura pretende tomar em relação a esta questão?
Resposta: Folha da Cidade - A Prefeitura em nenhum momento confirmou nem negou este fato. Até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi enviada.
Folha da Cidade - 03. Enquanto espaço privilegiado de gestão e execução orçamentária, que a Prefeitura do Município de Araraquara se configura, quais investimentos estão previstos para o Mercado Municipal de Araraquara?
Resposta Assessoria de Imprensa da Prefeitura- Reforma total, recuperação da fachada, adaptação para deficientes e paisagismo
Fonte: Jornal Folha da Cidade
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Matéria publicada no blog: Faca Amolada, do Luís Michel Françoso em 27/10/2010.
https://luismichelf.blogspot.com/2010/10/mercado-municipal-uma-lembranca-publica.html?m=0
Mercado comemora 50 anos com comemorações e muitas lembranças
Mercado comemora 50 anos com comemorações e muitas lembranças
09/05/2009 - por Hamilton G. P. Mendes
Inaugurado no dia 9 de maio de 1959 o Mercado Municipal de Araraquara foi construído para substituir as Feiras Livres que eram realizadas, desde o ano de 1917, no antigo Largo da Câmara, hoje Praça Pedro de Toledo - durante muitos anos o atual prédio do Museu Voluntários da Pátria foi sede, simultaneamente, da Prefeitura e da Câmara Municipal.
Com os trabalhos de sua construção iniciados no final dos anos 40, o prédio do Mercado Municipal demorou anos para ser concluído e os araraquarenses, no inicio dos anos 50, testemunharam a paralisação das obras quando elas estavam ainda na armação das ferragens para a laje da parte de cima do edifício, período em que, por erros de cálculo - hipótese levantada pela população da época -, ou não, causaram a interrupção dos serviços por muitos anos.
"Tudo isso aqui era uma mata. Havia muitas árvores e pés de mamona e o lugar era utilizado pela molecada para brincar e fazer guerra com estilingues. Um dia a Prefeitura chegou aqui e começou a levantar o prédio. Nós ficamos anos aqui, sem poder brincar, mas maravilhados, assistindo a construção. As vigas de madeira foram levantadas uma a uma pelos próprios trabalhadores, não havia máquinas para fazer isso", lembra o engenheiro da Prefeitura de Cubatão, o araraquarense Antonio Guimarães Neto, que se fez presente as comemoração deste sábado.
Guimarães é filho do ex-diretor da Estrada de Ferro da Araraquarense (EFA), o poeta, Trifonio Guimarães - falecido em 1994 - e Olívia Catanzaro Guimarães - ainda viva -, e a família reside na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Gonçalves Dias desde o final dos anos 30.
Inaugurado durante a 1a administração de Rômulo Lupo, o Mercado Municipal é considerado, ao lado da criação da Companhia Troleibus de Araraquara (CTA) uma das grandes realizações do ex-prefeito, mas hoje já necessita de uma revitalização.
As comemorações pelos 50 anos do histórico prédio se realizaram na parte externa do edifício, onde a Prefeitura montou um estande de onde o radialista Geraldo Marchesi transmitiu ao vivo seu programa Sábado Maior. Compareceram ao evento, diversas autoridades araraquarenses, como o prefeito Marcelo Barbieri, os vereadores Elias Chediek (PMDB), Tenente Santana (PSDB) e Serginho Gonçalves (PMDB),o chefe de gabinete Helio Azevedo e o assessor Thiago Cavalheiro, que permaneceram longo tempo conversando sobre a história do local com Guimarães, testemunha do período.
Fonte: www.camara-arq.sp.gov.br/Noticia/Noticia.aspx?IDNoticia=4718
Histórias de charutos e amor ao ofício
Histórias de charutos e amor ao ofício
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Inaugurado no dia 9 de maio de 1959 o Mercado Municipal de Araraquara foi construído para substituir as Feiras Livres que eram realizadas, desde o ano de 1917, no antigo Largo da Câmara, hoje Praça Pedro de Toledo - durante muitos anos o atual prédio do Museu Voluntários da Pátria foi sede, simultaneamente, da Prefeitura e da Câmara Municipal.
Com os trabalhos de sua construção iniciados no final dos anos 40, o prédio do Mercado Municipal demorou anos para ser concluído e os araraquarenses, no inicio dos anos 50, testemunharam a paralisação das obras quando elas estavam ainda na armação das ferragens para a laje da parte de cima do edifício, período em que, por erros de cálculo - hipótese levantada pela população da época -, ou não, causaram a interrupção dos serviços por muitos anos.
"Tudo isso aqui era uma mata. Havia muitas árvores e pés de mamona e o lugar era utilizado pela molecada para brincar e fazer guerra com estilingues. Um dia a Prefeitura chegou aqui e começou a levantar o prédio. Nós ficamos anos aqui, sem poder brincar, mas maravilhados, assistindo a construção. As vigas de madeira foram levantadas uma a uma pelos próprios trabalhadores, não havia máquinas para fazer isso", lembra o engenheiro da Prefeitura de Cubatão, o araraquarense Antonio Guimarães Neto, que se fez presente as comemoração deste sábado.
Guimarães é filho do ex-diretor da Estrada de Ferro da Araraquarense (EFA), o poeta, Trifonio Guimarães - falecido em 1994 - e Olívia Catanzaro Guimarães - ainda viva -, e a família reside na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Gonçalves Dias desde o final dos anos 30.
Inaugurado durante a 1a administração de Rômulo Lupo, o Mercado Municipal é considerado, ao lado da criação da Companhia Troleibus de Araraquara (CTA) uma das grandes realizações do ex-prefeito, mas hoje já necessita de uma revitalização.
As comemorações pelos 50 anos do histórico prédio se realizaram na parte externa do edifício, onde a Prefeitura montou um estande de onde o radialista Geraldo Marchesi transmitiu ao vivo seu programa Sábado Maior. Compareceram ao evento, diversas autoridades araraquarenses, como o prefeito Marcelo Barbieri, os vereadores Elias Chediek (PMDB), Tenente Santana (PSDB) e Serginho Gonçalves (PMDB),o chefe de gabinete Helio Azevedo e o assessor Thiago Cavalheiro, que permaneceram longo tempo conversando sobre a história do local com Guimarães, testemunha do período.
Fonte: www.camara-arq.sp.gov.br/Noticia/Noticia.aspx?IDNoticia=4718
Josué Eiras - Foto: Mastrangelo Reino
Mercadão, entre a Tradição e o esquecimento
Tribuna Impressa, 16/10/2005
Depois de 45 anos, um dos espaços mais tradicionais da cidade, o Mercado Municipal, vive da persistência de comerciantes e consumidores fiéis, mas continu perdendo força para outras áreas comerciais. Administrado pelo condomínio de lojistas, o Mercadão tem hoje 45 unidades comerciais funcionando e 22 fechadas, um sinal de que o ponto já deixou de ter o antigo apelo. Mesmo assim, lojas tradicionais, que passam de geração para geração, garantem a fama do lugar. Como a Tabacaria do Josué Eiras...
Mercado faz 45 anos. Sem festa
Mercado faz 45 anos. Sem festa
09/05/2004
Abandono, sujeira, fiscalização insuficiente. O Mercado Municipal completa nesta segunda-feira 45 anos sem muito motivo para festa. Antes um local atrativo, onde cada espaço era muito valorizado por comerciantes e consumidores, o Mercadão passou por várias crises e teve até seu telhado destruído por um vendaval. Apesar de longe de seu melhor momento, porém, os próprios comerciantes concordam: ainda é um bom lugar para vender e o pior já passou.
Paulo Roberto da Silva e seu bar fazem parte dos espaços históricos do Mercadão, que ele freqüenta desde os 11 anos, quando já ajudava o pai nos finais de semana. “Tem fregueses aqui que estão na terceira geração. Freqüentavam quando eram solteiros e agora chegam com o neto.”
Maria Lúcia Cabrera trabalha na Casa de Carnes Seves no Mercadão desde os 13 anos. “Minha vida foi dentro do Mercado.
Começamos aqui com uma portinha e vendemos muito porque sempre fazemos promoção. O Mercado mudou muito. Nossa freguesia tem muita gente de Rincão, Santa Lúcia e Américo Brasiliense.”
Benedito de Carmo Felício, o ‘Pelé’ está no Mercado desde 1963. Já trabalhou como ajudante, carregando caixas, como engraxate, na limpeza e, atualmente, no chaveiro do Mercado. “O movimento do Mercadão caiu muito com o tempo”.
Josué Eiras chegou no Mercado Municipal aos 21 anos, quando o espaço era o maior centro comercial da região. Além da tradicional Tabacaria do Mercado, ele tem mais duas lojas ali com produtos diversificados, como calçados e chapéus. Para ele, o movimento não diminuiu. “É simples: se não vendo uma coisa, coloco outra.”
Depois de três anos de Mercadão, a Arte Musical vai mudar para a Rua Nove de Julho para atingir um público com poder aquisitivo maior. Nilo Silva lembra do Mercadão de sua infância nos anos 80: “Aqui era o centro comercial da cidade. Sempre acaba dando negócio porque a mistura interessante. Pega tudo, bate junto e você tem o Mercadão”.
A história do Mercado Municipal começa em 10 de maio de 1959. Para a população deixar de freqüentar as tradicionais feiras da cidade e adquirir o hábito de comprar suas frutas, verduras e mantimentos no Mercadão, as feiras foram proibidas. Além disso, conta-se que as contas de água das 13 mil casas só podiam ser pagas numa recebedoria instalada num Box do Mercado. Na época, predominava o comércio hortifrutigranjeiro, com grande presença dos feirantes.
Com o tempo, o comércio nos bairros e no centro da cidade cresceu, acompanhado pelo surgimento de shopping centers. Além disso, muita gente que passava por ali deixou de freqüentar o Mercadão por conta das seguintes mudanças nos arredores: o atendimento do antigo INPS foi descentralizado em postos de saúde dos bairros; no prédio da antiga Escola Carlos Batista Magalhães, passou a funcionar a Delegacia de Ensino. Além disso, a construção do terminai de integração de ônibus na “rodoviária velha” contribuiu para reduzir o movimento do Mercado, pois impediu que os passageiros transitassem no intervalo de um ônibus e outro. Tudo isto contribuiu para que o Mercado Municipal perdesse a popularidade e o número de clientes, mas, mesmo com o fechamento de diversas bancas, o espaço ainda resiste. O tesoureiro do local considera urgente a modernização. “Diversos comerciantes aqui pararam no tempo.” Para o comerciante Paulo Roberto da Silva Augusto, que está no Mercadão há 40 anos, o principal problema ali é a concorrência externa “O espaço perdeu a função de Mercado Municipal, apesar de ser um dos principais pontos da cidade.” O tesoureiro ressalta a necessidade de restauração e tombamento do prédio.
O público do Mercadão hoje é formado por moradores de Araraquara, além de clientes de Américo Brasiliense, Matão e Nova Europa, que freqüentam o Mercado principalmente por conta do ponto de ônibus que vai para estas cidades, ali perto.
A movimentação do Mercado aumenta durante os finais de semana, principalmente nos bares da área externa. O Bar e Café do Ruivo abre suas portas às 6 horas da manhã e, no sábado e domingo, já começa a receber os clientes antes do sol nascer. Um pouco depois, abre o restante do Mercado. No bar ao lado, a diversão vem acompanhada por rodas de música ao vivo e, às vezes, karaokê. (Luciana Lazarini)
Fonte: O Imparcial